Fonte: Aline Martins |
Com certeza ela os tem!
Mas são seus ypês amarelos,
roxos, brancos e seus pingos de ouro
que me fazem tanto bem...
Pingos de ouro moldados
por mãos humanas.
Mãos de um habilidoso jardineiro
que aos nossos olhos encantam!
Em minha terra, por sorte nobre
faltam arranha-céus e carros...
Sobram andorinhas, beija-flores,
maracanãs e cavalos.
Sobra em minha terra chamada Lutécia
a chama da vida eterna
Da vida eternizada no sobrenome
de tantas famílias...
Os Guizillim, os Flores e Carvalho,
os Barquilha, os Rodrigues, os Camargo...
Também os Magosso, Ferretti, Girottos...
Os Aguiar, os Lorencetti...
Enfim, famílias repletas de histórias,
belas histórias de ouvir e contar...
cada qual com seu traço marcante
edificaram essa cidade tão querida
imutável em sua essência:
cem por cento campo...
fosse branco feito o algodão
de tempos atrás.
Ou do verde e branco
dos floridos cafezais...
Hoje tristemente reduzidos,
substituídos pelos imensos canaviais...
Um poema para minha cidade?
Uma honraria sem tamanho
principalmente porque me encontro
forçosamente distante
da paz de suas estradas de terra
do canto sublime de seus chorões...
Estou distante mas fortes são as lembranças
de tudo e de todos,
porque cada canto ou família,
tradicional ou coadjuvante
me passa a nobre lição:
a cidade em que nos criamos
é o ninho de nosso coração!
Não importando se nossas asas um dia nos levem
para longe, para outra direção!
Kelly Adriani Ferretti